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Por uma noite

Histórias eróticas para mulheres livres. Se inspire e desperte a sua imaginação para sentir na intensidade que você deseja. Contos para gozar, se deleitar. Na vida, no quarto e na cama.

Por uma noite, Ana iria esquecer dos seus problemas. Por uma noite, ela ia esquecer a workholic que era e iria fingir ser outra pessoa. Ela pegou seu vestido de cetim no fundo do guarda roupa, escolheu o batom mais vermelho que tinha, colocou salto agulha e foi para a balada. A noite é uma criança.

- Boa noite, dona Ana!

- Boa noite, Zé!

Terceira vez na semana que eu fecho o escritório. 21:30, e lá estava eu desligando todas as luzes e verificando se todos os computadores estavam desligados. O porteiro já tinha me dado até a chave da porta da recepção. 

Não me leve a mal, eu amo meu trabalho. Meu sonho era ser promovida e virar gerente de projetos, e como boa capricorniana, eu iria até o final para alcançar meus objetivos.

Mas todo mundo tem um limite, não é? E eu sentia que naquela noite quente de fevereiro, eu precisava me divertir um pouco. 

Eu cheguei em casa e tomei um bom banho, deixando toda a sujeira e cansaço se esvair do meu corpo. Enquanto passava a mão entre meus cabelos curtos, pensava como eu deveria me divertir. 

Ao invés de pegar um salgadinho e um refrigerante e ficar presa em casa vendo reality show ruim, eu deveria meter um foda-se e ir para uma festa. Qualquer uma. 

“Quer saber? Vou fazer isso.” - disse, olhando para o espelho e vendo minha imagem nua refletida.

Peguei o batom mais vermelho que tinha, botei brincos dourados e fui no armário pegar um vestido de alcinhas finas de cetim brilhoso. Complementei com um salto agulha de tiras finas.

Dentro do Uber, eu vi o letreiro da boate reluzir contra o capô do carro escuro. “Mirage”. Quando entrei na boate, vi a fumaça permear todo o ambiente. Um cheiro de cigarro, álcool derramado e suor atiçou os meus sentidos. O DJ colocou uma versão “Sweet Dreams” no último volume e eu mal conseguia enxergar com a fumaça, os corpos se movendo e o teto baixo do ambiente. 

- Me vê um gin, por favor.

- É pra já! 

Eu bebericava o drink olhando para a pista. No auge dos meus 28 anos, me sentia idosa. Me vi tomada por uma onda de nostalgia vendo um grupo de meninas dançando alucinadas, claramente com seus 18 anos. Lembrei como era bom descobrir a liberdade, e como conforme amadureci, descobri que ela vinha com um preço. Boletos, dores de cabeça, obrigações. 

- Oi! 

Olhei pro lado, surpresa pela invasão dos meus pensamentos. Um menino, não, me corrigi, um homem de no máximo 23 parou do meu lado. Ele era realmente alto: mesmo em cima do meu salto agulha, eu tinha que olhar pra cima pra ver seu rosto. Ele tinha olhos verdes e um cabelo escuro, cor de asa de rapina. Resolvi dar uma chance.

- Prazer!

- Prazer é todo meu. Te vi parada no bar sozinha e vi sua tatuagem do Bowie - ele disse, apontando para o raio no meu braço - Não costumo ser cara de pau assim, mas eu amei seu rabisco. 

- Ainda bem que você foi cara de pau. Não sabia que a geração Z curtia Bowie. Que bela surpresa.

- Hahaha, tá na cara que eu sou gen Z? Poxa, esperava parecer um pouco mais velho…

- Tá ótimo desse jeito. - disse rindo. 

Ele tava ali porque me queria né? Era claro. Seu olhar semicerrado no meu rosto, passando pelo corpo, pelas minhas pernas. Tomei uma decisão.

- Vem dançar. 

Colados na pista de dança, mexíamos os quadris juntos, com algum techno duvidoso tocando no fundo, ele me abraçou por trás e dançava conforme as batidas. Eu conseguia sentir sua respiração no meu cangote. A cantora da música sussurrava “Only if for a night” e eu virei meu rosto para beijá-lo.

Nos agarramos na penumbra, na parede da boate, alheios às outras pessoas, aos outros mundos. Sentia sua excitação na frente do seu jeans. Não dava pra escutar nada com a música alta, mas dava para sentir tudo. Eu coloquei a mão por dentro do seu jeans e comecei a mexer o seu pau, de cima pra baixo. Ele me olhou surpreso.

- Fica quieto, se não alguém pega a gente. - sussurrei no seu ouvido.

Ele me beijou de volta com ferocidade, colocando a mão por cima da minha calcinha. Senti seus dedos correndo pelos meu lábios e indo para o meu clitóris. Eu peguei minha outra mão e mostrei como eu gostava. Ele sorriu contra os meus lábios e deu um pequeno gemido. 

Nós nos tocamos junto com ao som de “Light my Fire”, a voz de Jim Morrison trazendo um crescente para nossas mãos furiosas, movendo uma contra a outra com rapidez.

Gozei mordendo o seu pescoço, e logo depois, ele gozou na minha mão com um grunhido no meu ouvido. Nos abraçamos por um momento, acalmando nossos corações. 

- Obrigada…

- Ian

- Obrigada, Ian. Precisava disso.

...

Somos Lilit. Uma das primeiras marcas brasileiras a desenvolver seus próprios vibradores como devem ser: criados por quem usa.

1 comentário

Belo, gostei do mimo
Gostaria de saber se posso mandar meu contos, eróticos . Publicaram? Adele Pereira

Adele Pereira 22 março, 2022

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