Tudo Sobre o Clitóris - Lilit Explica

Para ajudá-la a explorar todo potencial erótico do seu corpo, preparamos um conteúdo aprofundado sobre o clitóris. Para garantir que esse texto não seja apenas teórico, eu deixei, ao final de cada bloco, um quadro com exercícios e reflexões. Sugiro que você leia os blocos em sequência, mas você também pode pular para a seção que mais te interessar.

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Quanto mede um clitóris? 
Tem formato “normal”?
Por que é tão sensível? 

É comum só gozar quando o estimulo?

Por mais que você saiba muito a respeito de sexo, talvez já tenha se feito alguma das perguntas acima — e quem sabe várias delas ou, ainda, colecione um outro leque de indagações. E isso não é culpa sua.  Durante muito tempo, informações sobre o clitóris eram escassas e, quando existiam, eram desencontradas.

E pode até ser que, por fora, ele seja pequeno e que exista toda uma sorte de memes sobre a dificuldade de encontrá-lo, mas a verdade é que o clitóris, essa parte tão única do corpo feminino, não é assim tão complicada quanto querem nos fazer acreditar. Faltou conhecimento e, claro, isso está ligado à estratégia patriarcal de invisibilizar nossa potência erótica.

“Mas por quê?” você deve estar se perguntando. 

Para começo de conversa, vale dizer que o clitóris é o único órgão do corpo humano cuja única finalidade é o prazer. Não há outra parte, nem no corpo feminino nem no corpo masculino, que tenha o prazer sexual como função exclusiva. Outras áreas podem ser sexualmente sensíveis — são as chamadas zonas erógenas — mas não chegam nem perto do potencial do clitóris.

Mais que um botão pequeno e delicado, o clitóris é um grande aliado do orgasmo para pessoas com vulva. E isso que chamamos de “botão” é apenas a ponta do iceberg — oficialmente denominada Glande do clitóris. Sabe aquela pontinha que conseguimos ver? Apenas ali, são mais de oito mil terminações nervosas (o dobro da glande do pênis). 

Acontece que o clitóris é muito mais do que a ponta desse iceberg. Ele é, na verdade, um complexo de sete a nove centímetros, conectado ao osso púbico e que está em contato direto com o canal da uretra e o canal vaginal.

Sem olhar nenhuma referência, você seria capaz de desenhar um clitóris agora? 

Vale dizer: a grande maioria dos orgasmos femininos tem origem em estímulos externos ou internos no Complexo do clitóris. Até a penetração no canal vaginal. Isso porque estimula a parte de trás do corpo do clitóris e seus bulbos. Por isso, hoje, sabemos que o famoso “Ponto G” é um mito e o que há, na verdade, é uma extensa rede de terminações nervosas.

A Lilit incentiva uma intimidade livre e prazerosa. Isso significa dar às mulheres as ferramentas de que precisam para entender seus corpos. Este artigo, portanto, é sobre informação e autonomia sexual. Vamos? 

BLOCO 1: COMPREENDER

Estudos de livros didáticos de anatomia ao longo da história mostram que as representações gráficas do clitóris eram não só muito limitadas quando, em muitas das vezes, totalmente omitidas até o século XX. Não é de se estranhar, portanto, que tenhamos tanto desconhecimento popular a respeito dele.

Se você fez o exercício anterior de desenhar o clitóris, talvez tenha encontrado dificuldade, por exemplo, de definir suas partes ou de lembrar da sua aparência completa — para além daquela partezinha externa. Essa é a hora de ver se o que rabiscou condiz com a real aparência desse complexo maravilhoso:

Como já falamos, ele é uma usina de terminações nervosas, mas o que menos gente sabe é que é composto por quatro partes principais: glande, corpo, cruras e bulbos.

A Glande é a única parte externa do clitóris e é uma protuberância oval que está sob um pedaço de pele chamado Capuz do clitóris — que fica exatamente onde os lábios internos se encontram. Se você puxar suavemente o capuz para trás poderá ver a cabeça redonda do clitóris. Também será possível observar o frênulo, um pequeno V de cabeça para baixo localizado onde as peles se encontram.

Presa ao eixo, está a cabeça do clitóris, que pode variar de pessoa para pessoa. Você pode sentir o eixo passando o dedo através da pele do capuz do clitóris. Ele irá se dividir em duas asas que se estenderão para baixo nos dois lados da vulva. Abaixo da glande e nos lados internos dessas asas estão os bulbos do clitóris — e são essas partes importantíssimas que incham durante a excitação.

No geral, o clitóris inteiro, com todas as suas partes, tem de oito a dez centímetros de comprimento e ele pode ficar até três vezes maior quando está excitado. Você pode, inclusive, perceber seu clitóris ficando mais duro e ereto no processo e isso acontece graças ao sangue que flui para a região.

Se você lembrou a ereção peniana, saiba que a anatomia do clitóris e do pênis são homólogas. Ambas as estruturas surgem durante o desenvolvimento embrionário e fetal e são feitas de tecido erétil, podendo crescer e ficar mais rígidas quando excitadas graças ao aumento do fluxo sanguíneo. Tanto o pênis quanto o clitóris possuem corpos cavernosos e glandes e a principal diferença entre os órgãos está no fato de que o pênis tem uma uretra tubular — o que faz com que também tenha função urinária, diferente do clitóris que só tem finalidade erótica, como já vimos.

 


Voltemos ao clitóris exclusivamente para tratar de um outro ponto importantíssimo. Por ter uma composição delicada e complexa, o órgão não foge a possíveis infecções, inflamações e outras doenças. Há, inclusive, um nome para dores de origem desconhecida: clitorodinia. Em caso de qualquer incômodo ou desconforto, é sempre recomendável procurar ajuda médica.

E vale dizer: bons hábitos higiênicos são fundamentais para evitar possíveis problemas. Por isso, lave sempre com água durante o banho, levantando o capuz, para garantir que a região não acumulará secreções.

BLOCO 1 — COMPREENDER

Resumo: o clitóris é uma usina de terminações nervosas, mas o que menos gente sabe é que é composto por quatro partes principais: glande, corpo, cruras e bulbos. No geral, o clitóris inteiro, com todas as suas partes, tem de oito a dez centímetros de comprimento e ele pode ficar até três vezes maior quando está excitado. Você pode, inclusive, perceber seu clitóris ficando mais duro e ereto no processo e isso acontece graças ao sangue que flui para a região.

Perguntas norteadoras para uma sexualidade mais livre e prazerosa: 

  1. Depois de ler esse artigo, vendo novamente o desenho do clitóris, você é capaz de nomear suas partes? 
  2. Pensando em sua capacidade sensorial, consegue dizer de que formas gosta de ter seu clitóris estimulado? Aqui e aqui você encontra dois links que podem ajudá-la com ideias de estimulação clitoriana! 

Estímulo

Grau de Prazer

Movimento circulares diretamente no clitóris
Alto
Penetração com os dedos
Baixo

 

 

BLOCO 2: QUESTIONAR

Não faz muito tempo que o clitóris teve sua complexidade compreendida. Até 1998, sua estrutura completa ainda não era reconhecida. Mais: foi apenas em 2009 que pesquisadores médicos fizeram um ultrassom 3D para ver como, de fato, o clitóris excitado aparentava. 

💻  Assista ao minidoc It took science 2000 years to find the clitoris

Invisibilização, mitos e tabus a respeito do órgão sexual espalharam um total desconhecimento a respeito de suas potencialidades. É por isso que, ainda hoje, há tantas lacunas nas informações que chegam até nós sobre o assunto. 

Educados e sensibilizados, na maioria das vezes, pelo que nos mostravam filmes, novelas e pornôs, aprendemos erroneamente que sexo é sobre penetração vaginal. Ficou gravado em nossa cabeça que o prazer sexual vem daí. Nesse contexto, o clitóris (e suas potencialidades) foi totalmente esquecido.

Hoje, sabemos não apenas que o órgão tem um potencial orgástico enorme como sua rede de terminações nervosas interna é responsável, inclusive, pelo orgasmo vaginal. Freud estava errado: não há orgasmo maduro e orgasmo imaturo, assim como não há possibilidade de distinguir um orgasmo do outro, já que o clitóris também é coadjuvante do orgasmo vaginal. 

A verdade é que o prazer feminino incomoda. Não surpreende, portanto, que em pleno 2021 uma cena de masturbação na novela das nove, passada em horário nobre em rede nacional, tenha causado tanto alvoroço. E se o prazer feminino incomoda, é claro que um órgão dedicado exclusivamente ao potencial orgástico da mulher seria deixado de lado pela ciência e pela sociedade. 

💻  Assista à premiada animação "O clitóris

Por sorte, informação de qualidade, produzida por mulheres engajadas, tem circulado por aí. Você pode obtê-la em sites especializados, em coletivos feministas que olham para a saúde e a sexualidade e também com médicas e médicos éticos e comprometidos. O prazer é um direito nosso — e ele passa, necessariamente, por entendimento aliado ao autoconhecimento. 

BLOCO 2 — QUESTIONAR

Resumo: Não faz muito tempo que o clitóris teve sua complexidade compreendida. Até 1998, sua estrutura completa ainda não era reconhecida. Mais: foi apenas em 2009 que pesquisadores médicos fizeram um ultrassom 3D para ver como, de fato, o clitóris excitado aparentava. Invisibilização, mitos e tabus a respeito do órgão sexual espalharam um total desconhecimento a respeito de suas potencialidades. É por isso que, ainda hoje, há tantas lacunas nas informações que chegam até nós sobre o assunto. 

Perguntas norteadoras para uma sexualidade mais livre e prazerosa: 

  1. Quantas vezes você viu, na mídia, o orgasmo ser representado sem que houvesse penetração? 
  2. Onde você busca novas referências que não sejam falocêntricas? Aqui reunimos nossas refs favoritas e também indicamos dois perfis no Instagram de artistas que abordam o sexo para além da visão falocêntrica: Lorraine Sorlet e Frida Castelli
  3. Você já fez o exercício do espelhinho? Com que frequência costuma encarar suas partes íntimas? 

 

BLOCO 3: TRANSFORMAR

Agora que você já conhece a estrutura do clitóris e o porquê de ele ter sido invisibilizado durante tanto tempo, já pode começar a construir uma outra relação com essa parte essencial do prazer feminino. E se você já tem uma relação super íntima com ele, ainda assim pode pensar em como maximizar esse prazer.

Comece fechando os olhos e passando um dedo pela parte externa do clitóris. Primeiro, foque em apenas sentir suas partes. Depois, comece a adicionar à equação diferentes movimentos e pressões distintas. Tente mapear o que deixa você mais excitada. É quando você pressiona? Quando manipula seu clitóris em círculos?

E que tal, agora, tentar brincar com o capuz do clitóris? Puxe suavemente a pele que o cobre. Acaricie em diferentes direções. Um lubrificante pode ajudá-la a deslizar melhor e a acrescentar uma outra camada de experiência sensorial também.

Por fim, depois que você tiver se entregado bastante à experiência, lance mão de um vibro e veja como o prazer pode ser potencializado. Tente diferentes tipos de vibração, em diferentes ritmos e vá percebendo o que mais a agrada. Coloque o vibrador no eixo, logo abaixo da cabeça. Depois leve-o para ambos os lados do clitóris. Experimente. Teste. Aproveite a mão livre e se acaricie em outras partes da vulva. 

💻  Assista ao documentário "Mon nom est clitoris"

Vale lembrar que, por conta da alta concentração de terminações, muita pressão ou fricção podem causar desconforto ou até dor. Então cuidado ao manipular seu clitóris, principalmente no começo, quando ele ainda não está excitado o suficiente. Vá com calma (e curiosidade) e descubra o que o clitóris é capaz de fazer pelo seu prazer ;-)

BLOCO 3 — TRANSFORMAR

Resumo: Agora que você já conhece a estrutura do clitóris e o porquê de ele ter sido invisibilizado durante tanto tempo, já pode começar a construir uma outra relação com essa parte essencial do prazer feminino. E se você já tem uma relação super íntima com ele, ainda assim pode pensar em como maximizar esse prazer. 

Perguntas norteadoras para uma sexualidade mais livre e prazerosa: 

  1. Quando você se masturba, você costuma dar atenção ao clitóris? 
  2. Você tem tentado coisas novas ou segue um roteiro pré-estabelecido quando o assunto é o prazer clitoriano? 

 

Nota das editoras:
Na maioria das vezes, quando mencionamos “mulheres” nesse conteúdo, estamos nos referindo a mulheres cisgêneros — aquelas pessoas que nasceram com corpos designados femininos, foram criadas socialmente como meninas e se identificam hoje como mulheres. Existem muitas outras mulheres que não se encaixam em um ou mais de um dos critérios mencionados, mas infelizmente existem pouquíssimos estudos sobre a sexualidade de pessoas trans e queer. Esse conteúdo, especificamente, foi produzido a partir do ponto de vista e considerando as descobertas da sexualidade de mulheres cisgêneros, mas estamos sempre atentas, olhando, buscando e mergulhando na investigação da sexualidade de todas as mulheres. 

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O QUE ELAS DIZEM SOBRE O BULLET LILIT?

Entrega super rápida, embalagem cuidadosamente produzida, um cheirinho delicioso e um produto surpreende, já tive outros vibradores, mas nenhum com esse cuidado no acabamento, uma textura delicada, simplesmente PERFEITO! Já sou fã de carteirinha, até comprei um para minha melhor amiga.

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