Hora do chá

HISTÓRIAS ERÓTICAS PARA MULHERES LIVRES. SE INSPIRE E DESPERTE A SUA IMAGINAÇÃO PARA SENTIR NA INTENSIDADE QUE VOCÊ DESEJA. CONTOS PARA GOZAR, SE DELEITAR. NA VIDA, NO QUARTO E NA CAMA.

(Continuação do conto “Happy hour”)

Depois da noite em que nos beijamos pela primeira vez no karaokê em um happy hour da empresa em que trabalhávamos, não nos desgrudamos mais. De dia, agíamos como colegas de trabalho com benefícios – troca de olhares por entre as baias, cafés e chás, os docinhos de presente depois do almoço e os beijinhos de cumprimento. Mas, à noite, era diferente.

Trocávamos mensagens, nudes e fazíamos, quase todos os dias em que estávamos em casa, chamadas de vídeo para contar de nosso dia e fofocarmos em paz, sem medo de que alguém nos ouvisse. Acontece que, para além do nosso universo em comum do trabalho, surgia entre nós desejo e admiração. Eu continuava fascinada por aquela figura gata-extraordinária e por todo o universo por onde ela circulava, por seus gostos, músicas e seu jeito de se vestir. Como mulher bissexual, vivi um tempo sem saber se o encantamento que me surgia por mulheres era desejo ou admiração, mas isso vinha ficando muito mais claro a cada relação que eu tinha. Àquela altura e com a aproximação dela, esse desejo, para mim, se tornou óbvio: tinha que pegar aquela criatura.

E foi assim que nosso encontro a sós aconteceu, com a clareza e certeza do que queríamos. Entrei em sua casa como quem chega a uma delícia no final do arco-íris e reconheci nas paredes da sala e nas estantes o cenário das nossas tantas conversas por chamada de vídeo: o cartaz de um show, o violão pendurado, a coleção de CDs e as fotografias que ela tinha como hobby.

Assim que cheguei, ela acendeu um incenso e abaixou as luzes para enfeitar o clima que tanto dissemos curtir. Acompanhei cada um de seus movimentos com muita atenção – como quem assiste a uma coisa favorita – e, com certa maldade, já fui observando as linhas de seu corpo. Ela usava um robe estampado, e os cabelos ainda estavam molhados por pentear. Tinha me convidado para um chá (não me disse muito bem do quê) em meio a um papo manhoso, desses que a gente tem vontade de atravessar a tela do celular e correr para perto da pessoa na mesma hora, tamanha a urgência do “sim”. Enquanto a água esquentava, ajeitamos um cantinho entre as almofadas no tapete e, sem muitas delongas, começamos a nos beijar.

Estávamos sentadas com as pernas próximas uma da outra, que logo viraram um encaixe durante os beijos. Usava um vestido longo, que foi dobrado logo quando nos sentamos, de modo que minhas coxas ficaram livres – assim como as dela, que apareciam por entre a fenda do robe. Percorremos as mãos pelas costas uma da outra e mutuamente deslizamos nossos dedos por entre os cabelos. E, apesar de eu ser a escorpiana com fama de atirada para o sexo, ela quem tomou a atitude e desceu com as mãos por minhas coxas – o que, claro, eu adorei.

Acho terrivelmente sexy essa dança de mãos que deslizam, percorrem e abrem caminhos em nossos desejos. Abri seu robe, me deparei com os peitos que, até então, eu só conhecia por decote e desci os beijos pelo pescoço, chegando até eles e me demorando, provando tudo da pele macia e da carne doce, por entre as dobrinhas de sua barriga.

Ela suspirara, jogava a cabeça para trás e se abria, de um jeito que acabou se deitando por ali mesmo entre as almofadas. Segui os beijos por sua barriga, e, quando estava quase chegando até seus quadris, fomos interrompidas.

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Na cozinha, a chaleira apitava, denunciando que a água tinha fervido.

— Pausa para o chá? — perguntou, me encarando risonha e se levantando com o robe aberto, desfilando e aos pulinhos, me arrancando risadas com aquela sua gracinha.

Ela tinha um jeito único de alternar entre um mulherão e uma bobona, o que eu achava um absoluto charme.

Da sala, eu ouvi sua correria por entre louças e portas de armário e, quando já estava me ajeitando para levantar oferecendo ajuda, ela me gritou:

— Não desconcentra não, fica paradinha aí.

E voltou, com duas xícaras na mão com as ervas submersas e o cheiro de camomila e baunilha já perfumando o ar. Mas, apesar do cheiro inebriante, era outro chá que me abria o apetite.

As xícaras foram deixadas em uma mesinha próxima, e ela veio até mim engatinhando, agora fazendo gracinha com a música do Caetano que tocava baixinho ao fundo, denunciando “uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel”. Se aproximou primeiro com um beijo na testa e, depois de um beijo mais intenso, agora na boca, se sentou em minha coxa de maneira que senti sua buceta inteira, já molhada, em mim. Apoiei as mãos em sua cintura, e ela começou a rebolar de leve, o que acompanhei dobrando os joelhos para ajudar com a pressão. Depois, impaciente, a deitei de novo e segui: o chá estava posto, nada mais podia nos interromper.

Comecei beijando suas coxas e me demorando por esse caminho de propósito, para torturar. Conforme fui subindo e me aproximando de seus quadris, aumentei a pressão com beijos que terminavam em mordidas enquanto apertava suas ancas com as mãos – feito um predador atacando sua carne. Parece que a gata-tigresa foi capturada.

Já com ela soltando gemidos e suspiros de pressa, demorei, agora sendo delicada. Brinquei com os caracóis de seus pelinhos enquanto a encarava rindo por seus montes e lambi primeiro tudo, do cu ao clitóris, como quem tenta se ambientar com o terreno, a fazendo soltar um gemido de raiva. Mas não deixei com que reclamasse da demora e segui com os beijos de vez, passeando com a língua por entre seus lábios como se fôssemos uma só – fome e vontade de comer. Enquanto a chupava, sentia com as mãos suas pernas dando pequenos espasmos de prazer e segui o ritmo que pedia a dança de seu corpo...

Até ela se derramar inteira.

Na minha boca.

Me dando de beber o melhor dos chás: o de sua buceta.

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