Ouse não gozar

HISTÓRIAS ERÓTICAS PARA MULHERES LIVRES. SE INSPIRE E DESPERTE A SUA IMAGINAÇÃO PARA SENTIR NA INTENSIDADE QUE VOCÊ DESEJA. CONTOS PARA GOZAR, SE DELEITAR. NA VIDA, NO QUARTO E NA CAMA.

Eles se conheceram em um aplicativo de relacionamentos. Mas não era um app qualquer. Naquela plataforma só entrava quem passava por uma complexa (e cansativa) seleção que tinha como objetivo permitir a entrada única e exclusivamente de quem estava ciente e disponível para os tipos de relacionamentos formados ali.

No caso, sexuais. Embora a premissa fosse a mesma do Tinder, apenas com mais honestidade, havia um diferencial. Aquele era um espaço específico para a realização das fantasias mais libertinas. Apesar dos desejos dela serem relativamente simples de executar, a ideia de que não precisaria passar por encontros mornos ou conversas entediantes antes de ir para a transa era o que mais a excitava. Em seu perfil, sua descrição dizia que era uma mulher sem disposição para fingir orgasmo e sem tempo para quem só fingia tentar entregar um.

E foi justamente esse bom humor direto e seco dela que chamou a atenção dele. Isso e a foto de lingerie preta com colar de pérolas. Clichê? Certamente. Porém, sempre infalível. Trocaram mensagens por algumas horas e na mesma noite estavam frente a frente. Assim como ele, ela também gostou da frase usada para atrair parceiras no app: “nenhuma mulher sai da minha cama sem gozar”. Simples, objetivo e, provavelmente, leviano. Tanto que ela quis tirar a prova. Se encontraram em um motel de luxo com piscina, hidromassagem e cadeira erótica.

Contudo, nada disso seria aproveitado. Depois de um ou dois drinques e de repassarem os combinados sobre até onde cada um estava disposto a ir, ela decidiu questioná-lo quanto a capacidade de fazer “qualquer mulher” gozar. Ele se mostrou tão seguro que beirava a arrogância. Quase como se estivesse defendendo o óbvio. Quanto mais ele contava sobre o sucesso de suas experiências, mas incrédula ela ficava. “E se em vez de discutirmos, eu te mostrar?” ele perguntou de um jeito sacana enquanto já desafivelava o cinto e abria a calça. Ela, deitada na cama, apenas abriu as pernas e disse: “A hora que você quiser”. Começava aí uma das provas mais difíceis pelas quais ela já havia passado. Resistir às manobras dele com mãos, língua, dedos e um pau muito bem usado para não dar o braço a torcer. 

Assim que recebeu o primeiro beijo, ela percebeu que não estava lidando com um amador. Ele sabia como segurar sua nuca e tocar-lhe os lábios com sutileza, para depois avançar com movimentos brutos e intensos. Ela sequer gemia, na vã tentativa de esconder seus pontos fracos. O dom dele, no entanto, era ler as entrelinhas e entre suas pernas. Notava os toques que a faziam arrepiar, sentia seus mamilos endurecerem quando os lambia e havia descoberto que os olhos fechados e lábios mordidos era o esforço máximo que ela fazia para não se entregar.

Questão de honra, ele deve ter pensado. Acontece que ela também. Seguiram nesse jogo de gato e rato, aproveitando o desafio para conhecerem o corpo um do outro e, acima de tudo, se deliciarem com autoprazer. Em determinado momento, a aposta sobre gozar ou não era mera desculpa para que o final daquele enredo fosse adiado ao máximo. 

O alarme do celular de um deles os tirou do transe: quatro horas haviam se passado. “Vamos prolongar o período”, avisaram à recepção, antes de seguirem bebendo dos líquidos um do outro por horas a fio.

Quando não foi mais possível dizer quem liderava e quem era dominado, quem estava mais sedento e quem sairia ganhando, sugeriram uma trégua. “Eu acredito eu você”, ela disse exaurida. “Agora, seu puto, finalmente, faça-me gozar”, ordenou com a voz rouca de quem guardou os comandos mais quentes por tempo demais.

“Se não fosse você, seria eu a ceder agora”, respondeu ele. Anos em aplicativos se encontrando com pessoas ora interessantes, ora rasas e ele nunca conhecera uma mulher com tanto controle sobre o próprio corpo, tão honesta sobre seus desejos e disposta a engatar em uma troca sexual sem pudores daquela forma. Se ela estava excitada antes, saber que ele estava igualmente desnorteado de desejo a fez ficar no limite de sua razão. Sentou-se por cima dele e começou a subir e descer os quadris, usando uma das mãos para que seu membro se mantivesse por inteiro dentro dela. Ele usou o polegar para esfregar o clitóris dela suavemente, apenas o bastante para que todo tesão acumulado daquela noite entrasse em ignição, fazendo o orgasmo mais demorado que ela já teve tomar-lhe dos pés a cabeça. 

Depois daquela noite ambos desativaram seus perfis. Acreditavam que não fazia sentido procurar reproduzir com outra pessoa o que somente os dois juntos haviam alcançado. Sim, ele sabia fazer qualquer mulher gozar. Mas isso nunca lhe deu tanta satisfação quanto fazê-lo com aquela por quem se apaixonou. 

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Escrito por Monique dos Anjos. 

Monique dos Anjos é escritora de contos eróticos para mulheres, jornalista e estuda gênero e raça para pesquisas acadêmicas. Além dos trabalhos de escrita, desenvolve palestras sobre letramento racial e equidade de gênero.

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